Semana de Vacinação nas Américas: vacinação avançou, mas ainda é necessário evoluir

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É comemorada entre os dias 20 e 27 abril a 22ª Semana de Vacinação das Américas, iniciativa criada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) com o objetivo de aumentar a conscientização sobre o tema nos países e territórios da região. O tema deste ano, “Proteja o futuro: vacine-se”, não poderia ser mais pertinente. De acordo com a entidade, apesar de terem ocorrido avanços recentes nas Américas, 1,2 milhão de crianças permanecem desprotegidas.

O cenário no Brasil é semelhante. Após sete anos de quedas nas coberturas vacinais, iniciativas do Ministério da Saúde como o Movimento Nacional pela Vacinação e as estratégias de microplanejamento levaram o país a registrar, em 2023, aumento na adesão a13 vacinas do calendário infantil. Nenhuma, no entanto, alcançou a cobertura mínima desejada: 90% para BCG e rotavírus e 95% para as demais.

“Avançamos muito, mas ainda há bastante trabalho pela frente. Precisamos facilitar o acesso, fortalecer a formação dos profissionais da saúde — principalmente dos que atuam nas mais de 38 mil salas de vacinas no país — e investir ainda mais em comunicação, para sensibilizar os brasileiros a respeito da importância e segurança das vacinas. Uma população informada é menos suscetível a fake news”, avalia a presidente da SBIm, Mônica Levi.

Outra necessidade é a de criar a cultura da vacinação além da infância. Muitos adolescentes e adultos que imaginam estar protegidos não sabem que há novas vacinas, vacinas específicas para os grupos etários, mudanças de recomendação ou necessidade de reforços. A situação é ainda mais importante se considerado o processo de envelhecimento pelo qual passa o país. De acordo com o IBGE, o total de brasileiros com 65 anos ou mais cresceu 57,4% entre 2010 e 2022. E a projeção é de aumento gradual na expectativa de vida.

“O avançar da idade favorece a ocorrência de doenças crônicas e torna os indivíduos mais suscetíveis a vírus e bactérias que podem levar à hospitalização ou óbito, bem como à descompensação das enfermidades de base. Ao prevenir algumas dessas infecções, as vacinas exercem um papel singular como ferramenta de promoção da qualidade de vida”, analisa o vice-presidente da Sociedade, Renato Kfouri.