Palavra da Presidente

Conquistas e desafios

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Estimado leitor, estimada leitora.

O ano de 2023 nos oferece uma realidade distinta daquela que começamos a enfrentar há pouco mais de três anos, com a pandemia de covid-19. Hoje, o mundo já consegue conviver com o SARS-CoV-2 como mais um vírus respiratório, o que se deve especialmente à vacinação.

Mas continuamos a enfrentar grandes desafios. Dentre eles estão a ação constante de grupos antivacinistas; a infodemia; as fake news; a desinformação e as baixas coberturas vacinais para todas as faixas etárias, o que traz o risco de surtos e de reintrodução de doenças eliminadas do país, como a poliomielite.

Todos os levantamentos mostram que a maior parte dos brasileiros continua confiando na ciência e nas vacinas. Então, por que a adesão à vacinação está tão baixa? Por questões multifatoriais que incluem, além do que já foi citado, a crença equivocada de que, se não ocorrem casos de determinada doença imunoprevenível, a vacinação não se faz necessária; e problemas de ordem prática que comprometem o acesso à vacinação, entre outros.

A SBIm possui o compromisso com a defesa das imunizações por serem estas um importante instrumento de promoção da saúde pública. E é nesse sentido que tem trabalhado cotidianamente em várias frentes: o apoio às demandas do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização do Ministério da Saúde (CTAI); a atualização contínua, com eventos científicos e publicações; a revisão frequente dos calendários de vacinação; a comunicação com a população, por meio da mídia de todo o país, das redes sociais e de campanhas educativas; e a atuação junto a instituições e organizações parceiras.

Um bom exemplo dessa atuação conjunta é o projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), realizado por Bio-Manguinhos/Fiocruz, SBIm e Ministério da Saúde, com o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). As ações estruturantes, promovidas por este projeto nos estados do Amapá e da Paraíba, possibilitaram o alcance das metas nas campanhas de vacinação contra a pólio e a influenza. Outro exemplo é a campanha “Bora lá vacinar”, que foi promovida em Belém (PA) pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que contou com a consultoria técnica da SBIm. Nessa mesma direção, realizamos a campanha “Paralisia infantil, a ameaça está de volta”, com o apoio de parceiros historicamente envolvidos com o tema.

É muito o que colocamos em prática, mas ainda é pouco frente à necessidade de comunicar, de compartilhar o conhecimento científico para combatermos a desinformação que inspira a hesitação vacinal – seguramente, um dos nossos maiores problemas.

Em cada uma das frentes de ação citadas, você, caro(a) leitor(a), tem papel crucial, ao ajudar a divulgar, a comunicar corretamente os benefícios e a importância da vacinação, ao compartilhar conhecimento, trazendo ideias, participando das ações, colaborando com as iniciativas e criando oportunidades de contato com a população. Somente por meio dessa atuação conjunta é que conseguiremos vencer tantos desafios. Por isso, a SBIm conta com você para continuarmos a seguir firmes na luta pelas imunizações.

Um abraço,

Mônica Levi
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)