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Vacinação e Longevidade

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Editorial escrito pela presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai, para o volume 20, número 6, da Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

No Brasil, entre 1940 e 1998, a expectativa de vida ao nascer apresentou ganhos de cerca de 30 anos como resultado, principalmente, da redução de óbitos por doenças infecciosas preveníveis por vacinas. A vacinação de crianças, reduzindo não só os casos de doença, mas também, a circulação de agentes infecciosos entre a população, impactou positivamente na saúde de adultos e idosos (proteção coletiva).

A queda inicial da mortalidade, impactada substancialmente pela redução das mortes por doenças infecciosas, com o envelhecimento da população, assiste a um crescente aumento dos casos de doenças crônicas e degenerativas. Desta forma, as doenças passam de um processo agudo que termina em cura ou morte, para um estado crônico que as pessoas sofrem durante longos períodos da vida e que, quando não adequadamente controlados, podem gerar incapacidades, comprometendo significativamente a qualidade de vida dessas pessoas.

No processo de transição epidemiológica da América Latina, diferentemente do que ocorreu nos países desenvolvidos, superpõem-se o aumento das doenças crônicas e degenerativas (próprias do envelhecimento) e das doenças infecciosas ainda não totalmente controladas nesses países. Desta forma, cresce o número de óbitos por doenças do aparelho circulatório, entre outras, em um cenário em que a proporção de doenças infecciosas e parasitárias ainda é bem diferente da dos países desenvolvidos. Essa “dupla carga da doença” comprime os já escassos recursos da saúde pública ao limite.

Além disso, ao celebrar os anos a mais, é preciso reconhecer que maior longevidade sem qualidade de vida é um prêmio vazio, ou seja, a expectativa de saúde é tão ou mais importante do que a expectativa de vida. A prevenção de doenças infecciosas insere-se nesse contexto ao possibilitar a redução da morbidade.

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