A Semana Mundial da Imunização é celebrada entre 24 e 30 de abril, como objetivo promover o uso das vacinas como instrumento de proteção contra doenças para pessoas de todas as idades. A iniciativa foi criada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), em 2002, e estendida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para todo o planeta, em 2012.
Em 2020, com o tema #VaccinesWork for All”, a campanha ressaltou o valor das vacinas para a saúde das crianças, comunidades e do mundo; mostrou como a imunização de rotina é a base para sistemas de saúde fortes e resilientes e para o acesso universal à saúde; e destacou a necessidade de ampliar os bons resultados já obtidos e de corrigir os gargalos existentes.
A SBIm participou da mobilização por meio dos canais digitais. No Facebook e Instagram, postagens especiais com a hashtag #VacinaÉProteçãoParaTodos destacaram o impacto das vacinas e homenagearam médicos, pesquisadores e enfermeiros.
“É inimaginável pensar em um mundo sem vacinas. Precisamos empenhar o máximo de esforço para a população abraçar essa causa”, afirmou o presidente da SBIm, Juarez Cunha.
A fala é especialmente importante se levada em conta a queda constante nas coberturas vacinais registrada nos últimos anos. “Há diversos fatores que contribuem para o afastamento. Um deles são as fake news. A sociedade precisa de informação de qualidade para não estar suscetível a discursos equivocados”, defendeu a vice-presidente da SBIm, Isabella Ballalai.
Boas opções nesse sentido são o site institucional da SBIm e o Família SBIm, únicos sites brasileiros a fazerem parte da Vaccine Safety Net — rede de páginas certificadas pela OMS como fonte de conteúdo confiável sobre vacinação.
Pessoas
A OMS dedicou especial atenção em sua campanha aos chamados “Campeões da Vacinação”, pessoas que dialogam com a sociedade sobre os benefícios da imunização. Entre eles os profissionais de enfermagem e as parteiras, homenageados pela OMS em 2020, que exercem um papel crucial na orientação a pais e futuros pais.
Uma das histórias selecionadas pela entidade para ilustrar a importância do envolvimento individual foi o trabalho realizado em 2018 na Escola Municipal Itamar Martins Ferreira pela enfermeira por Marislei Brasileiro, da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. Em paralelo à vacinação, ela escolheu duas “enfermeiras” para orientar os colegas.
“Elas foram encarregadas de conversar com os outros estudantes sobre o HPV e suas consequências, bem como aumentar a conscientização sobre a importância de se vacinar antes do início da vida sexual”, contou.
Conquistas da vacinação
A vacinação é apontada como o segundo maior avanço da humanidade em termos de saúde pública, atrás apenas da ampliação da oferta de água potável. Confira alguns feitos:
Mundo
- Erradicação da varíola
- Quase erradicação da poliomielite. Apenas dois países ainda registram a doença de forma endêmica: Afeganistão e Paquistão;
- Dois a três milhões de vidas salvas todos os anos, segundo a OMS.
- Queda de 73% na mortalidade por sarampo;
- Prevenção de 35% a 63% dos casos de diarreia severa por rotavírus nos países com altas taxas de mortalidade pela doença, dois anos após a implantação da vacina monovalente; e de 41% a 57% dois anos após a implantação da vacina pentavalente;
- Redução da mortalidade por gripe nos períodos epidêmicos;
- Proteção contra a raiva nos precocemente vacinados após acidentes de risco.
Américas
- Eliminação da rubéola, da síndrome da rubéola congênita e do tétano materno e neonatal;
- Eliminação do sarampo entre 2016 e 2018. Doença retornou após queda continuada nas coberturas vacinais.
Brasil
- Eliminação da febre amarela urbana no Brasil;
- Controle da difteria, febre tifoide e meningite tuberculosa;
- Queda expressiva das meningites bacterianas, especialmente as causadas por haemophilus influenzae B e meningococo C.
Muito a avançar
Na avaliação da OMS, no entanto, vivemos um período de “progresso regular, mas ganhos frágeis”. Ao mesmo tempo em que 116 milhões de crianças receberam as três doses da vacina tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche) em 2018 e que países de baixa ou média renda aumentaram significativamente as coberturas vacinais, dificilmente será possível será cumprir a meta de eliminação de doenças prevista no Plano Global de Ação em Vacinação 2011-2020 (GVAP, na sigla em inglês).
“As vacinas são uma das mais importantes ferramentas para prevenir surtos e manter o mundo a salvo. Enquanto a maioria das crianças estão sendo vacinadas, muitas ainda são deixadas para trás. Inaceitavelmente, são as mais vulneráveis — pobres, marginalizadas, afetadas por conflitos ou obrigadas a deixar suas casas — as mais prejudicadas”, lamentou o Diretor-Geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus.