Perguntas e Respostas sobre as vacinas

Para ajudar você saber mais sobre indicação, eficácia, segurança e outros temas relacionados com as vacinas Covid-19, a SBIm elaborou as respostas para as perguntas mais frequentes. Acesse e fique atualizado(a) com #InformaçãoDeVerdade!

A vigilância de eventos adversos após a vacinação com as vacinas Covid-19 detectou um caso desta síndrome, que se caracteriza pela aparição de trombos e problemas de coagulação decorrentes do surgimento de autoanticorpos contra o fator 4 plaquetário. Diferente de outras situações em que ocorre trombose, essa é uma síndrome muito específica. Não é esperado que haja um risco aumentado de ocorrência da TTS em indivíduos com histórico ou outros fatores predisponentes para trombose.

Pessoas com histórico de trombose e que usam antiagregantes plaquetários ou anticoagulantes (varfarina, apixabana, dabigatrana, edoxabana e rivaroxabana) não têm contraindicação para nenhuma das vacinas Covid-19 — por cautela, a vacina pode ser administrada o mais longe possível da última dose do anticoagulante. Pessoas com trombocitopenia prévia e em uso de heparina devem avaliar a vacinação com o médico assistente.

Como parte do processo de vigilância de eventos adversos relacionados às vacinas Covid-19, Estados Unidos e Israel verificaram um aumento nas notificações de miocardite e pericardite (inflamação do músculo cardíaco e da estrutura que envolve o coração) após a vacinação com vacinas de mRNA em adolescentes e adultos jovens. Os sistemas de monitoramento concluíram que existem poucos relatos desta condição até o momento, a maioria leve e tratável, e que esses casos parecem ocorrer:

  • predominantemente em adolescentes e adultos jovens,
  • mais frequentemente em homens do que mulheres,
  • mais frequentemente após a dose 2 do que após dose 1, e
  • normalmente dentro de 4 dias após a vacinação.

O risco de miocardite/pericardite após a vacinação existe, mas é raro. A possibilidade de o quadro ser causado pela covid-19 é muito maior. Por isso, agências regulatórias de vários países continuam a recomendar a vacinação para todos os indivíduos a partir de 12 anos de idade — muitas para crianças a partir de 5 anos de idade.

Depende:

  • Se o episódio não tiver relação com a vacina: podem receber qualquer vacina covid-19 atualmente disponível, desde que sob orientação médica e que o episódio de miocardite ou pericardite esteja completamente resolvido. Ou seja, sem sintomas e sem evidências de inflamação ou sequelas cardíaca.
  • Se o episódio tiver relação com a vacina: a segunda dose deve ser adiada até que dados de segurança adicionais estejam disponíveis. A decisão, ainda assim, deve ser debatida com a equipe médica assistente.

Porque não sabemos se as terapias com anticorpos passivos contra Covid-19, incluindo anticorpos monoclonais e plasma convalescente, podem reduzir a eficácia da vacinação com vacinas Covid-19. Como precaução, recomenda-se aguardar ao menos 90 dias após essas terapias para iniciar vacinação. Pessoas que tiveram Covid-19 após a primeira dose da vacina e foram submetidas a terapia passiva com anticorpos também devem esperar 90 dias antes de receber a segunda dose. Não é preciso recomeçar o esquema.

No caso de terapias com anticorpos não específicos para o tratamento com Covid-19 (por exemplo, imunoglobulina intravenosa e anti-Rh), é improvável haver prejuízo substancial à resposta vacinal. Por esse motivo, não há necessidade de intervalo.

Atualmente, não há dados sobre a segurança e eficácia das vacinas Covid-19 em pessoas com este histórico. Os mecanismos da Síndrome não são bem compreendidos, mas incluem uma resposta imune desregulada à infecção por SARS-CoV-2.

A decisão sobre a vacinação e quanto tempo aguardar após a recuperação da síndrome deve ser tomada em conjunta pelo médico e o paciente, considerando os benefícios da vacinação e o risco de infecção pelo SARS-CoV-2.

Não. O consumo moderado de bebidas alcoólicas não interfere na resposta gerada por nenhuma vacina e não aumenta o risco de eventos adversos pós-vacinais. Por outro lado, a ingestão excessiva ou o uso crônico e abusivo podem enfraquecer o organismo como um todo, incluindo o sistema imunológico, o que facilita infecções.

É preciso pesquisar as exigências de cada país na ocasião da viagem, em sites oficiais ou junto a consulados, porque as recomendações são alteradas com certa frequência. Além disso, muitas vezes são necessários documentos específicos ou períodos de quarentena.

Em nota técnica publicada em 22 de outubro de 2021 (leia), o PNI definiu que:

  • Viajantes que não receberam duas doses da vacina podem antecipar a segunda dose respeitando o intervalo mínimo de 21 dias para a vacina da Pfizer/Wyeth e 28 dias para a vacina AstraZeneca/Fiocruz (esquema homólogo);
  • Viajantes que completaram o esquema da vacina Butantan/Sinovac (coronavac) e se dirigirão a países que não a incluíram entre as vacinas autorizadas poderão receber uma terceira dose de outro imunizante aceito pelo país de destino. O intervalo mínimo entre o fim do esquema primário e a terceira dose é de 28 dias.

Não há evidências que apoiem quaisquer preocupações sobre o efeito das vacinas na fertilidade ou no ciclo menstrual. Alegações associando as vacinas Covid-19 com alterações na integridade dos órgãos reprodutivos são especulativas e não são suportadas por dados científicos.

Não existem mecanismos biologicamente plausíveis para as vacinas causarem algum impacto na fertilidade. Os ensaios iniciais com animais indicaram não haver efeitos prejudiciais ao sistema reprodutivo, e resultados preliminares de estudos sobre toxicidade reprodutiva mostram que não há alteração na contagem de espermograma em homens vacinados.

Dados preliminares de um estudo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sugerem que a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba) poderia interferir positivamente na evolução da doença por SARS-Cov-2, evitando casos sintomáticos.

A pesquisa, ainda não publicada, parte da premissa já conhecida de que vacinas atenuadas —a exemplo da tríplice viral — por estimularem com maior robustez o sistema imune e a chamada imunidade inata inespecífica, são capazes de prevenir a evolução mais grave de outras infecções.

Como os detalhes do estudo não são conhecidos e ainda não existem dados conclusivos, a SBIm não recomenda a prescrição da tríplice viral para este fim e orienta que a população seja informada de que ela não substitui em hipótese alguma as vacinas Covid-19. Em nota oficial (leia), a UFSC e a Prefeitura de Santa Catarina seguiram caminho semelhante.

Observação: em virtude da situação epidemiológica do sarampo no Brasil, devemos recomendar a atualização da vacinação com a tríplice viral para as pessoas não vacinadas ou parcialmente vacinadas, para a prevenção do próprio sarampo.

VacinAção pela Vida - Covid-19. Assista aos vídeos.