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Procurei uma frase que melhor pudesse sintetizar o sentimento que trago para compartilhar com você, prezado(a) leitor(a), em nossa última conversa neste espaço como presidente da SBIm. Cheguei a duas: “Parece que foi ontem” e “Foram cem anos em quatro”. Contradição? Não, apenas a vida como ela é, cheia de surpresas, mistérios, momentos de alegrias e outros nem tanto; muitas conquistas e enormes desafios.
Ao assumir a presidência da SBIm, em janeiro de 2019, eu sabia que o caminho seria de grandes aprendizados, mas estava certo de contar com o suporte essencial da diretoria eleita e principalmente com a experiência, sabedoria e amizade de minha vice-presidente, Isabella Ballalai. Que a SBIm dá muito trabalho, também sabia, pois, felizmente integramos uma sociedade científica atuante. Que são inúmeras as atribuições da presidência, idem! O que eu e ninguém sabia é que teríamos de enfrentar a maior emergência em saúde pública dos últimos cem anos, esta, diretamente relacionada com o tema imunizações.
A pandemia de covid-19, como já dissemos diversas vezes neste espaço, trouxe uma nova realidade que se impôs, primeiramente, nas questões de saúde, e se expandiu contaminando também o nosso modo de viver. ‘Reinventar’ foi a palavra de ordem, mandatória de todo o fazer. Não podemos nos reunir? Faremos virtualmente; só não podemos parar!
O SARS-CoV-2 trouxe com ele a infodemia, ou seja, uma epidemia de informação e desinformação. Ainda não sabíamos exatamente como combater o vírus, mas já sabíamos que a vacina contra as fake news é a #InformaçãoDeVerdade – esta é uma das hashtags mais usadas pela SBIm porque somos uma Sociedade que traz em seu DNA o compromisso com a defesa das imunizações, o que passa, necessariamente, pela correta comunicação.
Tínhamos que atuar junto à comunidade científica nacional e internacional, às instituições de pesquisa e aos organismos de saúde pública em suas três esferas; gerar conhecimento sobre o novo vírus e as vacinas que estavam sendo estudadas; compartilhar essas informações com médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde; orientar a população em geral; enfrentar o pânico e os mitos; comunicar riscos com ética e responsabilidade… Era preciso ainda combater alguns esforços de desacreditação da ciência e da segurança e eficácia dos imunobiológicos que viriam para nos ajudar a debelar a pandemia.
Usando e abusando dos recursos digitais, realizamos ao longo dos quatro anos 73 eventos (média de 1,5 evento por mês), sendo 11 especificamente sobre covid-19 – estes, a partir de 2020. Inúmeras campanhas educativas foram realizadas, algumas com instituições parceiras, como o PNI, o Unicef, a Opas, a SBI e a SBP, por exemplo. Também elaboramos e distribuímos publicações e participamos de centenas de eventos – ora como parceiros, ora como convidados. Isso sem falar nas centenas de entrevistas, com horas e horas dedicadas a ajudar a imprensa a melhor comunicar sobre a covid e sobre vacinas e imunizações como um todo.
Dias, meses e anos intensos. Ao olhar para trás, fica a agradável sensação do dever cumprido nas duas gestões, o que só foi possível graças ao esforço colaborativo de muitos. A presidência da SBIm é um cargo diretivo, mas a gestão da SBIm não acontece sem o trabalho igualmente hercúleo de sua diretoria, das comissões, assim como das diretorias e representantes regionais, das equipes administrativa, de eventos e de comunicação. A todos o meu muito obrigado e, a você, caro(a) leitor(a), associado ou não à SBIm, o nosso agradecimento especial por fazer parte dessa grande família comprometida com a promoção da saúde e da qualidade de vida do povo brasileiro.
Meu forte abraço!
Juarez Cunha
Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm)