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Notas Técnicas: vacinação de pessoas afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul

A SBIm, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI) publicaram duas notas técnicas com orientações para a imunização das vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul e das equipes de resgate e profissionais da saúde que atuam nas localidades afetadas.

O primeiro documento contém recomendações mais amplas. O segundo, elaborado a pedido do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e da Secretaria de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS) em função da dificuldade de operacionalizar as ações na região, lista as vacinas e públicos-alvo prioritários. As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP), Medicina da Família e Comunidade (SBMFC) e a Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) apoiaram os textos. O conteúdo na íntegra está disponível no fim da notícia.

Os objetivos do material são fornecer subsídios para a tomada de decisões das autoridades públicas e minimizar o risco à saúde da população. A exposição à água e à lama das enchentes aumenta o risco de doenças transmitidas por via hídrica ou ambiental, bem como pelo contato direto de vírus e bactérias com possíveis ferimentos. Além disso, as pessoas nas cidades atingidas também estão expostas a infecções respiratórias, devido às aglomerações, e infecções decorrentes de traumatismos.

As vacinas especialmente recomendadas para toda a população local são a covid-19, influenza, tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), hepatite, tétano e raiva, apenas em caso de acidentes com animais. Para as equipes de resgate, profissionais de saúde e socorristas, são especialmente indicadas as vacinas influenza, covid-19, tétano, hepatite A, hepatite B, febre tifoide e raiva, para a profilaxia pré-exposição —de acordo com a atividade exercida — ou pós-exposição.

As prioridades são as seguintes:

Influenza e covid-19 (a partir de seis meses de idade)

  • Socorristas (profissionais e voluntários);
  • Pessoas de atendimento em abrigos (profissionais e voluntários);
  • Abrigados (pessoas resgatadas e locadas em abrigos);
  • Desalojados (pessoas resgatadas e locadas fora de abrigos);
  • Grupos prioritários para vacinação definidos pelo PNI.

Hepatite A

  • População dos grupos de risco definidos pelo CRIE que estejam abrigados ou desalojados.
  • Socorristas (profissionais e voluntários).
  • Bloqueio pós-exposição de caso de hepatite A em abrigos.
  • Gestantes de 18 a 40 anos (abrigadas ou desalojadas)
  • Pessoas de 18 a 40 anos (abrigadas ou desalojadas)
  • Observação: Em situações excepcionais de emergência em saúde pública, na falta da formulação da vacina hepatite A adulto, poderá ser utilizada a vacina pediátrica com o dobro da dose (aspirar 2 fracos para completar 1,0 mL) e aplicar intramuscular. 

Tétano (para não vacinados nos últimos cinco anos ou sem carteira de vacinação)

  • Socorristas (profissionais e voluntários)
  • População resgatada com ferimentos
  • Gestante abrigada (dTpa a partir de 20 semanas)

Raiva

  • Profilaxia pré-exposição para médicos veterinários e técnicos em veterinária, pessoas/voluntários que estão atuando diretamente com os animais resgatados, trabalhando em abrigos de animais, ou no resgate dos animais atingidos pela enchente.
  • Profilaxia pós-exposição no caso de acidentes/agressão envolvendo animais, em pessoas sem relato/documentação de vacina pré-exposição. A depender do acidente, pode ser necessária utilização de soro antirrábico.

Leia as notas na íntegra