As sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (PNI) — em parceria com Rotary Internacional e com o apoio do Programa Nacional de Imunizações (PNI) — assinaram, no dia 26 de julho, no auditório do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo, um manifesto no qual alertam a população, sociedade civil organizada e entes públicos sobre a real possibilidade de retorno da pólio e da reemergência do sarampo em território nacional.
O Rotary International é um dos fundadores do GEPI, instituição da qual também fazem parte a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Centro para o Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e a Fundação Bill e Melinda Gates.
No Brasil, o último caso de poliomielite aconteceu em 1989. Em 1994, o continente americano recebeu o certificado de erradicação.
Sarampo
Uma das principais causas de mortalidade infantil no passado, o sarampo foi sendo gradativamente controlado no Brasil graças às políticas de vacinação conduzidas ao longo de décadas, com destaque para o Plano Nacional de Eliminação do Sarampo, de 1992, que tinha como objetivo eliminar a doença do território nacional até o ano 2000. Exatamente no ano 2000, o último caso autóctone — ou seja, não importado nem relacionado à importação — ocorreu no país, no Mato Grosso do Sul. Casos e surtos importados, no entanto, aconteciam eventualmente.
Em 2016, um ano depois do fim do surto importado que atingiu 916 pessoas no estado do Ceará entre 2013 e 2015, o Brasil e as Américas receberam da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o certificado de áreas livres do sarampo. Em fevereiro de 2018, contudo, a enfermidade voltou ao país por meio do contato de brasileiros não vacinados com pessoas infectadas na Venezuela. Do início de julho para cá, dois grandes surtos no Amazonas e Roraima somam mais de 600 casos. Também houve registros no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia e São Paulo.