A Comissão Global para a Certificação da Erradicação da Poliomielite anunciou, nesta quinta-feira (24/10), Dia Mundial de Combate à Pólio, a erradicação do poliovírus selvagem tipo 3. Trata-se da segunda cepa da doença a deixar de circular graças às políticas públicas de vacinação. O tipo 2 foi erradicado em 2015.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou, em evento realizado na sede da entidade, em Genebra, na Suíça, que a conquista é um marco para a saúde global. O próximo e último passo é erradicar o tipo 1, que ainda atinge o Paquistão e o Afeganistão.
“Continuamos totalmente comprometidos em garantir que os recursos necessários sejam disponibilizados para erradicar todas as cepas. Pedimos aos nossos parceiros que também mantenham o rumo até que o sucesso final seja alcançado”, convocou.
O presidente da SBIm, Juarez Cunha, classificou a notícia como um momento histórico para a humanidade, mas ponderou que é necessário manter os esforços para não haver risco de retrocesso.
“O fato de ainda haver registros no mundo indica que não podemos baixar a guarda. Devemos insistir na cobertura global vacinal", afirmou. No Brasil, o último caso de poliomielite ocorreu em 1990. Nas Américas, em 1991, no Peru.
Embora sejam cenários bastante distintos, o Brasil já sabe o peso de voltar a lidar com uma enfermidade eliminada, o sarampo. Apenas dois anos após receber da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) o título de área livre da doença, o país perdeu o certificado devido a surtos com mais de 10 mil casos no Amazonas e Roraima.
Em 2019, nova onda: 6.640 casos até 28 de setembro — a massiva maioria em São Paulo.