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SBIm, SBP e UNICEF lançam cartilha sobre vacinação durante a pandemia

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lançaram, dia 13 de junho, a cartilha digital "Pandemia da COVID-19: o que muda na rotina das imunizações". A publicação foi apresentada a médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde, além de gestores dessa área, em um webinar gratuito.

Voltado a gestores e profissionais da saúde, o documento contém orientações sobre como as ações de vacinação podem continuar durante a pandemia, além de estratégias de comunicação com a população. As medidas devem ser adaptadas pelos gestores de acordo com a realidade local. O download pode ser feito aqui.

O material é parte da campanha “Vacinação em dia, mesmo na pandemia”, que tem como objetivo conscientizar especialistas e o público em geral sobre a importância de não deixar de se vacinar. A iniciativa inclui uma variedade de ações e conteúdos digitais.

Justificativas para o movimento     

  • Interromper a vacinação rotineira—em especial de crianças menores de 5 anos, gestantes eoutros grupos de risco—e asestratégias de seguimento e contenção de surtos pode levar ao aumento de casos de doenças imunopreveníveis e ao retorno de doenças eliminadas ou controladas. No curto, médio e longo prazo, as consequências para as crianças podem ser mais graves do que as causadas pela pandemia.
  • Mais de 117 milhões de crianças de 37 países podem deixar de receber a vacina que previne o sarampo, alertam o UNICEF, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições. Campanhas de vacinação contra a doença já foram adiadas em ao menos 24 países.
  • Nesse sentido, 19 estados brasileiros registram circulação ativa do sarampo, destacando-se o Pará, com 40,9% dos casos confirmados. Em números absolutos, os principais afetados têm de 20 a 29 anos. No entanto, a incidência entre menores de 5 anos é mais elevada (13,1/100.000 habitantes).
  • A febre amarela também preocupa. Há casos em mais de 50 municípios dos estados do Paraná (principal foco), São Paulo, Santa Catarina e Pará.Além disso,devido ao risco de expansão geográfica, a vacinação foi intensificada em cerca de 150 municípios vizinhos.
  • Ondas de surtos de doenças imunopreveníveis podem representar outra grande ameaça global, especialmente em um momento em que os sistemas de saúde já se encontram sobrecarregados. De acordo com a OMS, o sarampo infectou, em 2018, quase 10 milhões de pessoas e matou mais de 140 mil, a maioria crianças menores de 5 anos.

Relevância da cartilha

A vice-presidente da SBIm e coordenadora científica da cartilha, Isabella Ballalai, destaca a abrangência da publicação, que inclui instruções sobre o planejamento da vacinação, organização das salas de vacinas, bem como busca de locais alternativos, caso não seja possível adotar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) todas as medidas de distanciamento social exigidas, devido à concorrência com os demais atendimentos.

“Outra preocupação é a proteção da saúde dos profissionaisque participam do processo de vacinação.  A cartilha apresenta os cuidados necessários para os envolvidos —da portaria à sala de vacinação, passando pela equipe de segurança e limpeza— e normas de vestuário, higienização, entre outras”, enumera.

Cristina Albuquerque, chefe da Área de Saúde e HIV/AIDS do UNICEF no Brasil, pondera que o medo de comparecer às salas de vacinação é compreensível no contexto atual, mas lembra que as doenças preveníveis por vacina também são extremamente perigosas e capazes de levar à morte ou deixar sequelas.

“A pandemia de COVID-19 é uma situação inédita para a nossa geração. No entanto, outras infecções graves continuam a circular. A meningite bacteriana, por exemplo, pode levar à morte em poucas horas. Não podemos nos descuidar”, alerta.

O presidentedo Departamento de Imunizações da SBP e membro da Comissão Técnica para Revisão dos Calendários Vacinais da SBIm, Renato Kfouri, lembra que o Brasil já vinha de um movimento de queda progressiva nas coberturas vacinais. A consequência mais imediata foi a perda, em 2019, do certificado de eliminação do sarampo, conquistado pouco menos de três anos antes.

“A volta do sarampo foi um retrocesso inaceitável, extremamente frustrante para todos que atuaram ao longo de décadas para alcançar a conquista. Agora, temos um longo caminho a percorrer. Esperamos que a publicação venha contribuir para que o mesmo não aconteça com outras enfermidades, como a poliomielite, por exemplo”, afirma.

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