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Akira Homma recebe homenagem na XXIII Jornada Nacional de Imunizações

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O último dia da XXIII Jornada Nacional de Imunizações teve uma homenagem especial a um dos principais ícones das imunizações no país: Akira Homma. Atualmente assessor sênior de BioManguinhos/Fiocruz, Homma tem mais de meia década de carreira dedicada à saúde pública. Eleito em 2014 uma das pessoas mais influentes na área de vacinas, inspirou — e continuar a inspirar — inúmeros profissionais a seguirem os seus passos.

“Esse momento reforça a esperança, a confiança e a nossa solidariedade, não só para com a população e os profissionais da saúde, mas em especial para os cientistas e pesquisadores do nosso país”, destacou o presidente da SBIm Juarez Cunha. “A homenagem que está sendo prestada ao doutor Akira, patrimônio humano da ciência brasileira, tem todo esse significado. Acreditamos em um futuro melhor, que sempre passará pelo conhecimento científico e pela valorização do saber”, acrescentou.

Trajetória

Filho dos imigrantes japoneses Harusi Homma e Koyuki Homma, Akira nasceu em 12 de agosto de 1939, na cidade de Presidente Wenceslau, em São Paulo. Ainda no 3º ano do científico, atual Ensino Médio, fez um estágio no Instituto Adolfo Lutz, onde teve o primeiro contato com trabalhos laboratoriais, análises clínicas e microbiologia.

Mudou-se para o Rio de Janeiro, formou-se em veterinária na Universidade Federal Fluminense em 1967, fez a pós-graduação entre 1969 e 1971 no Departamento de Virologia e Epidemiologia da Baylor College of Medicine, Houston/TX e obteve o Doutorado em 1972 pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.   

A trajetória de Akira é tão extensa que um simples texto sobre o seu currículo desafiaria os limites de caracteres de qualquer publicação impressa. Para ficar em apenas alguns exemplos, ele é membro dos comitês técnicos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e foi presidente da Fiocruz, coordenador do Programa Nacional de Autossuficiência Imunobiológica do Ministério da Saúde, membro do Conselho Executivo da Global Alliance for Vaccines and Imunization (GAVI) e consultor de curta duração para a Organização Mundial de Saúde (OMS) e da OPAS.

Como se não fosse suficiente, além de diversos trabalhos publicados, invadiu o mundo dos desenhos animados e foi o protagonista de um dos projetos de divulgação  científica da Fiocruz durante a pandemia. Assista.

Vice-presidente da SBIm, Isabella Ballai enfatizou que para além do currículo extraordinário está o ser humano admirado por seu conhecimento e simplicidade. “É uma pessoa simples, correta, que ouve o outro. Toda essa evolução profissional faz com que ele seja quem é. Nos sentimos honrados pela oportunidade de homenageá-lo”. O nome de doutor Akira Homa foi aprovado por unanimidade pela diretoria da SBIm.

Por mais investimentos para fortalecer o binômio vacinas-vacinação

“Uma generosidade absoluta. Patrimônio humano da ciência somos todos nós”, afirmou Akira Homma ao agradecer a homenagem. O cientista fez questão de destacar a importância do binômio vacinas-vacinação para a saúde pública e lamentou a falta de investimentos e apoio do governo federal, o que coloca o país em uma condição de dependência científica e tecnológica.

“Temos uma ciência super avançada. Quando há decisão política é possível transformá-la em vacina em menos de um ano [de pesquisa e desenvolvimento] para combater a covid-19. No Brasil, infelizmente não temos investimento e nem é prioridade do governo em saúde pública. Somos dependentes de conhecimento, tecnologia e insumos para produção”, desabafou.

O pesquisador Akira destacou a importância de iniciativas como a Operação Warp Speed (OWS, na sigla em inglês), uma parceria público-privada iniciada pelo governo dos Estados Unidos para facilitar e acelerar o desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas covid-19, além de terapêuticas e diagnósticos.  

“Não temos no Brasil uma operação Warp Speed. Precisamos de vacinas de segunda e de terceira geração. Sabemos que precisamos revacinar. Necessitamos de vacinas e vacinações. Esse binômico salvou bilhões de pessoas no mundo e pode salvar [ainda mais] se tivermos mais vacinas disponíveis”, defendeu.