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Nota Técnica: Vacinas HPV como auxiliares terapêuticos para a papilomatose respiratória recorrente (PRR)

A papilomatose respiratória recorrente (PRR) é uma neoplasia benigna rara, caracterizada pela presença de papilomas recidivantes no trato respiratório, o que prejudica de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. Por ser a laringe a região mais frequentemente acometida, a doença também é chamada de papilomatose de laringe (PL).

Os sintomas dependem da quantidade de papilomas, do tamanho e do grau de obstrução respiratória. Podem acontecer desde quadros leves, tal qual disfonia e outros distúrbios das cordas vocais, a manifestações graves, como falta de ar e oclusão parcial ou completa das vias aéreas superiores, com risco de óbito. Há, ainda, de 3% a 7% de chance de a neoplasia se tornar maligna.

Os papilomas são causados quase exclusivamente (>90%) pelos HPV 6 e 11, mas lesões por outros tipos de alto risco — a exemplos dos HPV 16, 18, 31, 33 e 39 — também têm sido identificadas.

Embora as vacinas HPV4 e HPV9 sejam profiláticas e não estejam aprovadas pela Anvisa para o tratamento de pessoas com PRR, a literatura científica soma evidências do impacto da vacinação na redução de recorrências e no aumento do intervalo entre cirurgias.

Recomendação SBIm

A SBIm recomenda o uso off label das vacinas HPV4 e HPV9 como auxiliares terapêuticos em pacientes que vivem com PRR refratária aos tratamentos convencionais, após a caracterização da recorrência.

O esquema vacinal é de três doses (0 - 1 a 2 - 6 meses) em qualquer idade, visto que os estudos disponíveis não avaliaram esquemas reduzidos (uma ou duas doses) em nenhuma faixa etária.

O médico e o paciente (ou responsável, no caso de menores de 18 anos) devem discutir previamente a vacinação e tomar a decisão de forma compartilhada. Destaca-se que, para menores de 18 anos, é preciso consentimento assinado pelos responsáveis.

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