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Imunização na Terceira Idade

Dia 1º de Outubro é comemorado o Dia Internacional da Terceira Idade e o Dia do Idoso. A data é uma boa oportunidade para falarmos de qualidade de vida, longevidade e em vacinação como instrumento para a promoção de saúde.

Está comprovado que a prevenção de doenças significa melhoria na qualidade de vida e economia do bolso, já que grande parte dos brasileiros gasta uma parcela considerável de seu orçamento mensal com medicamentos. A Sociedade Brasileira de Imunizações – SBIm recomenda a prevenção de doenças imunopreveníveis por meio de vacinas com atenção especial para as doenças pneumocócicas (DP), a hepatite B e a gripe (influenza), principalmente para as pessoas acima dos 50 anos de idade.

A pesquisa Prevenção na Maturidade realizada em 11 capitais do Brasil no último ano mostrou que 59% da população nas capitais brasileiras sabem da importância de se tomar vacinas, mas a grande maioria desconhece quais são as vacinas mais recomendadas para cada idade. A pesquisa apontou que 72% já se vacinaram depois dos 50 anos de idade. Desse percentual, 58% se vacinaram contra a gripe H1N1 em épocas de campanhas governamentais, 32% se vacinaram contra o tétano, 5% contra a hepatite B e somente 4% contra a pneumonia, o que é muito preocupante para os idosos.

Doença pneumocócica é a causa número 1 de mortes evitáveis por vacinação

As doenças pneumocócicas (DP) são complexas e conjugam um grupo de enfermidades causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae(S.pneumoniae), também conhecida como pneumococo. “É importante esclarecer que a DP inclui meningite e pneumonia e que ela pode e deve ser prevenida por meio da vacinação”, orienta o médico Renato Kfouri, presidente as SBIm Nacional.

É bom alertar que a infecção pulmonar (pneumonia) em adultos em 50% das vezes se dá pelo agente S. pneumoniae. De acordo com o presidente da SBIm, “o risco de pneumonia pneumocócica aumenta com a idade, provavelmente devido ao declínio do sistema imunológico e aumento dos problemas relacionados à essa faixa etária”, informa Kfouri. Dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS mostram que em 2007 foram mais de 735 mil internações por pneumonia no Brasil, sendo esta a primeira causa de internação por doença no país. Muitos casos chegam a necessitar de cuidados em unidade de terapia intensiva.

  • 1,6 milhão é o número de mortes por ano causadas por infecções do trato respiratório inferior, principalmente pela Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC), sendo esta a principal causa de morte em todo o mundo.
  • Países mais pobres têm o risco de morte maior por pneumonia pneumocócica do que países ricos. Estudo da Organização Pan-Americana de Saúde em 31 países da América Latina mostrou que, em pacientes com idade superior ou igual a 65 anos a PAC é a terceira principal causa de morte.
  • A população global com idade superior a 60 anos deverá triplicar por volta de 2050. As estimativas apontam que deverá chegar a 2 bilhões. Essa taxa vai crescer principalmente em países menos desenvolvidos do que naqueles países que já possuem alta taxa de população idosa. Essa realidade vai significar um enorme impacto social, médico e econômico. Para doenças imunopreveníveis, a melhor estratégia de prevenção e de custo-benefício economicamente viável é a implantação de vacinas eficazes e a adoção das já existentes pela população.

Hepatite B oferece grande risco para os sexualmente ativos

Apesar dos avanços na prevenção da hepatite B, a SBIm faz um alerta: “Estamos falando de uma doença sexualmente transmissível com poder de infecção maior do que o do vírus do HIV. A vacina já está disponível nos postos de saúde para pessoas de até 49 anos, o que é um grande avanço”, avalia Isabella Ballalai, diretora da SBIm Nacional e presidente da Regional Rio de Janeiro. “Mas temos que ter atenção também com os idosos. Boa parte é sexualmente ativa e resistente ao uso de preservativo, o que amplia o risco de contrair a infecção”, alerta a médica.

Doença bastante comum entre os brasileiros, a hepatite B acomete cerca de 800 mil pessoas no país. As principais vias de transmissão do vírus são o sangue, secreções e os objetos cortantes contaminados (alicate de unha comum em salões de beleza, por exemplo). A doença atinge o fígado, um dos órgãos mais importantes do corpo humano. Segundo o Ministério da Saúde, a medida de ampliação da faixa etária beneficiada pela vacina gratuitamente nos postos de saúde alcança 150 milhões de pessoas (75,6% da população total do Brasil).

O governo acredita que ao longo dos anos, com o envelhecimento da população e o aumento da cobertura vacinal, será possível obter a erradicação dessa doença. A imunização ocorre em três doses, sendo que a segunda dose deve ser aplicada 30 dias após a primeira; e a terceira e última seis meses após a primeira. Pessoas que estão fora da faixa etária beneficiada pelo governo devem se vacinar nas clínicas privadas devidamente credenciadas para esse fim.

A hepatite B é uma doença silenciosa. Os sintomas, quando existem, podem provocar cansaço, tontura ou ânsia de vômito. Nem sempre a pessoa percebe que está doente. “A vacinação como forma de prevenção, é o modo mais seguro para evitar a doença”, orienta Isabella. As hepatites são doenças graves. “O diagnóstico e o tratamento precoce podem evitar a evolução do quadro para cirrose ou câncer de fígado, por exemplo. O teste, o tratamento e o acompanhamento das hepatites virais estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS)”, acrescenta Renato Kfouri.

Indicadores econômicos

É importante estar atento à saúde do idoso, pois nesta idade estamos mais propensos a adoecer gravemente. Pesquisa divulgada pelo IBGE em 2012 revela que o brasileiro gasta 29,5% a mais do que o governo para ter acesso a bens e serviços de saúde. Do total consumido pelas famílias brasileiras, 8,1% corresponderam a gastos com saúde, ou seja, o orçamento das famílias dedicado à compra de medicamentos, que era de 34,63% do total das despesas, em 2008, subiu para 35,8%, em 2009. A tendência tem a ver com o aumento da renda e o envelhecimento da população.

De acordo com os indicadores da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os maiores de 50 anos têm um custo de vida mais alto, apontando a alimentação em primeiro lugar, responsável por 93% dos gastos; as contas (luz, água e telefone) em segundo lugar com 79% e em terceiro lugar os gastos com remédios (59%). Este último dado aponta que a despesa com medicamentos é maior entre as mulheres (62%) do que entre os homens (54%). No segundo trimestre de 2010, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) registrou variação de 0,92% no período, o Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR) ficou em 0,76%. A principal causa dessa variação foram os gastos com remédios.

Carteira de vacinação

Para o presidente da SBIm Nacional, o médico Renato Kfouri, “é importante que todos tenham acesso à informação e que cada um faça a sua parte, o que inclui o médico, na hora da consulta, avaliar o estado vacinal de seus pacientes e prescrever as vacinas necessárias; e a população, cuidando para que sua vacinação esteja em dia”, orienta.

Para os idosos e pessoas acima de 60 anos de idade a SBIm recomenda vacinas contra as principais doenças que afetam a faixa etária:

Em Postos de Saúde da rede pública:

  •   Reforço da difteria e do tétano (dT)
  •   Pneumocócica  polissacarídea
  •   Influenza (gripe)
  •   Febre Amarela (dependendo da localidade ou viagens)

Em Clínicas Privadas de vacinação:

  •   dTpa (coqueluche/difteria e tétano)
  •   Hepatite A/B
  •   Hepatite B
  •   Influenza (gripe)
  •   Pneumocócica conjugada
  •   Influenza (gripe)

A presidente da SBIm Regional São Paulo, Mônica Levi, participou da campanha promovida pelo Portal da Terceira Idade, na data comemorativa do DIA do IDOSO (1/10). Na ocasião, ela representou a SBIm Nacional.

Confira as fotos em nossa página do facebook.

No site da Sociedade Brasileira de Imunizações é possível acessar o calendário de vacinação do idoso e o Guia de Vacinação Geriatria:

http://www.sbim.org.br/vacinacao/

http://www.sbim.org.br/publicacoes/guias-de-vacinacao/guia-de-vacinacao-geriatria-20132014-sbim-e-sbgg/