Publicada em: 17/04/2025
Atualizada em: 17/04/2025
Imunizante do Butantan, em parceria com o laboratório Valneva, é feito com vírus vivo atenuado e ainda aguarda definições sobre a incorporação ao SUS
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no início de abril, a primeira vacina contra chikungunya no Brasil. Desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Valneva — com sede na Áustria —, o imunizante é composto por vírus vivo atenuado, mesma tecnologia utilizada nas vacinas contra dengue e febre amarela. A indicação, em dose única, será para pessoas acima de 18 anos.
A novidade é vista com otimismo pela comunidade científica, especialmente diante do impacto significativo da doença no país, tanto na fase aguda quanto pelas sequelas crônicas associadas a artrites e dores musculares prolongadas.
“É uma vacina segura, com estudos que mostram uma excelente resposta imune em praticamente 100% dos vacinados. Mas ainda há etapas importantes pela frente”, afirma o vice-presidente da SBIm, Renato Kfouri.
A incorporação ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) depende da análise de custo-efetividade, capacidade produtiva e decisão estratégica do Ministério da Saúde. “Não é uma vacina de decisão simples. Há uma grande população suscetível no Brasil e ainda não há consenso sobre os públicos prioritários para uma eventual introdução no SUS”, explica.
A chikungunya é uma arbovirose com circulação ativa no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste. A expectativa é que, com planejamento adequado, o país possa contar com mais uma ferramenta de prevenção nos próximos anos.