Publicada em: 28/01/2025
Atualizada em: 28/01/2025
A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) convoca as crianças e adolescentes de 10 a 14 anos para se vacinar contra a dengue. Apesar de o Brasil ter registrado mais de 6,6 milhões de casos prováveis da doença e 6.068 mortes em 2024, somente 53% das doses distribuídas pelo Ministério da Saúde desde fevereiro do ano passado foram utilizadas. Além disso, entre os que se vacinaram, 59% não retornaram para receber a segunda dose. A vacina está nos municípios onde a doença é mais frequente (confira a lista).
A presidente da SBIm, Mônica Levi, lamenta a baixa procura, especialmente porque o país foi o primeiro do mundo a oferecer a vacina na rede pública. “Nós, profissionais da saúde, desejamos por muito tempo uma vacina para o combate à dengue. Agora que temos, precisamos do engajamento da população. Uma nova temporada da doença está começando. Quem não se vacinou deve se vacinar o quanto antes e quem já iniciou o esquema e está com ele em atraso precisa completá-lo com a segunda. Não é necessário recomeçar a vacinação”, convoca.
Renato Kfouri, vice-presidente da SBIm, avalia que as autoridades locais de saúde devem ampliar os esforços de comunicação e pensar em novas estratégias para alcançar o público-alvo. “Como, devido aos estoques limitados, a vacina vem sendo oferecida em um número restrito de municípios, muitas pessoas podem ficar em dúvida se há ou não vacinas onde moram. Não podemos apenas esperar que procurem a informação no site do Ministério da Saúde. Devemos ser proativos”, defende.
Nas três primeiras semanas de 2025, foram notificados mais de 93 mil casos prováveis de dengue e 11 mortes. Outros 104 óbitos estavam em investigação. Em números absolutos, os estados com mais episódios são, em ordem, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Se considerada a incidência por 100 mil habitantes, o ranking é encabeçado pelo Acre, São Paulo e Espírito Santo. A maioria das mortes e casos graves e com sinais de alarme ocorreu em São Paulo.
Além de buscar a vacina, a população tem que ficar atenta às demais medidas preventivas. “Devemos incluir na rotina ações como esvaziar potes e garrafas, colocar areia nos vasos das plantas, guardar pneus, manter caixas d’água tampadas, limpar o terreno, amarrar bem sacos de lixo, entre outras.”, lista Kfouri.
“Também é fundamental colaborar com os agentes de saúde e, sempre que possível, utilizar repelentes à base de Icardidina, DEET e IR3535. A adoção dessas medidas deve ser um compromisso de todos, assim como a vacinação”, acrescenta.
Vacina
A vacinação contra a dengue é oferecida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de cidades onde a doença é mais frequente (confira a lista[CC1] ). Na rede privada, a vacinação está disponível para pessoas de 4 a 60 anos de idade.
A dengue
Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue pode causar, entre outros sintomas, febre alta de início súbito, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, fraqueza, náuseas e vômitos. Em casos mais graves, pode haver dor abdominal intensa e contínua, vômito persistente, sangramento de nariz e gengivas, sonolência ou irritabilidade e tontura.
Em caso de sintomas, o auxílio médico deve ser buscado imediatamente.
[CC1]https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue/vacinacao