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SBIm rebate alegações de Donald Trump sobre a segurança das vacinas

Publicada em: 25/09/2025
Atualizada em: 26/09/2025

26/09/2025

No dia 22 de setembro de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma série de declarações falsas a respeito da vacinação. Diante da gravidade do episódio, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) — embasada em robusta literatura científica e em dados mundiais de farmacovigilância — reafirma a segurança das vacinas, enfatiza a importância de a população manter o calendário vacinal em dia e esclarece que:

  • Inúmeros estudos comprovam que não há relação entre nenhuma vacina e o transtorno do espectro autista (TEA), popularmente conhecido como autismo.

  • A origem do boato é um artigo do gastroenterologista britânico Andrew Wakefield, que alegava que 12 crianças haviam apresentado sinais de autismo e outros distúrbios de desenvolvimento após vacinação com a tríplice viral, que previne o sarampo, a caxumba e a rubéola. O trabalho, publicado pela revista Lancet em 1998, foi contestado pela comunidade científica por ter graves falhas metodológicas: não era controlado, tinha amostra pequena e resultados inconsistentes.

  • Várias investigações, incluindo estudo de base populacional no Reino Unido e pesquisas em outros países e continentes, foram realizadas para verificar a veracidade dos achados do estudo de Wakefield. Todas descartaram a associação entre a tríplice viral e o autismo.

  • Um dos mais amplos estudos sobre o tema foi publicado em 2019 no periódico Annals of Internal Medicine. Ao analisarem registros de saúde de mais de 650 mil crianças dinamarquesas nascidas de 1999 a 2010, os autores também constataram que a administração da tríplice viral não está associada ao aumento da incidência de autismo. A conclusão foi a mesma quando consideradas as variáveis sexo, período de nascimento, administração das demais vacinas oferecidas gratuitamente, histórico de irmão(s) com TEA e presença de alguns fatores de risco, a exemplo da prematuridade, baixo escore de Apgar, fumo durante a gestação, entre outros.

  • Anos antes, em 2004, após o jornalista britânico Brian Deer denunciar que Andrew Wakefield havia solicitado registro de patente de uma nova vacina contra o sarampo, fraudado informações apresentadas no estudo e recebido pagamento de escritórios de advocacia envolvidos em processos por compensação de danos vacinais, o Conselho Médico Geral do Reino Unido (GMC, na sigla em inglês) instalou um processo contra o médico e seus colaboradores. Em 2010, ele foi considerado culpado por “conduta profissional errônea grave” e teve o registro profissional cassado.  A revista Lancet excluiu o trabalho de Wakefield dos arquivos da publicação e a maioria dos colaboradores solicitou a retirada de seus nomes. Apesar de todas as evidências científicas, grupos antivacinistas ainda reproduzem o discurso, que induz à hesitação ou à recusa vacinal. 

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